Varanda...
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Desisto de procurar Beckie e puxo Juliet para dançar novamente. Mesmo com os meus pés cansados, a noite só estava a começar, esperava que seu enredo não se demorasse, estava começando a ficar entediante, e acho que os Morteri não iriam querer isso. Acho estranho que a única coisa fora do normal que acontecera até agora fosse somente o garoto da putaria.
O jatos cessaram por alguns minutos, e a música se torna mais lenta. Não hesito em –sem ao menos avisa-la- pegar Juliet pela cintura e colocar suas mãos ao redor de meu pescoço. Chegou a hora, música lenta era o momento. Gingo meu corpo conforme o ritmo e sorrio com meu enorme nervosismo. Sua boca esta a centímetros, mas me faltava coragem e covardia era o que eu tinha de sobra. A abraço mais forte fazendo com que ela fique mais perto. Nossas corpos estavam colados, e minha respiração ofegante, mesmo tentando disfarça-la.
That's my party Eu e Danika, como de costume, gastamos inúmeras horas de nossos tempos a pensar e organizar a festa e mandar convites e coisas afins. Tá bem. Na mais pura realidade, nós só pensamos e mandamos executar. Elaboramos uma coisa que me parecia impossível de realizar em nossa varanda, que embora enorme, possivelmente não comportaria toda a estrutura que desejávamos. Uma paint party num ambiente turvo iluminado apenas por vários flashes de luz negra que fariam um efeito maravilhoso com a tinta fosforescente que lambuzaria ao local e aos convidados. Ser rico nos dava muito mais criatividade para coisas assim. Outrora animado, eu, nos momentos próximos à festa, não conseguia me concentrar em mais nada a não ser meu icônico passado que, nos últimos dias, parecia querer se fazer presente a cada miligrama de ar que eu respirava. Não era como seu não quisesse ir à festa, mas também não era como se eu realmente quisesse ir. A voz ainda ecoava em meus ouvidos. Os gritos, as suplicas, os grunhidos e o leve trepidar de poucas chamas se assemelhavam ao som que vinha da varanda para a festa. Minha cabeça girava a cada “por favor”, a cada “eu não fiz nada pra vocês” que era sussurrado em minha mente. Eu me sentia tonto. Eu me sentia mal. Eu me sentia sujo e sem alma. A batida de trance podia ser ouvida de meu quarto. Talvez se eu descesse alguma coisa interessante acontecesse. Na última festa eu conhecera uma linda morena e acabamos de lábios colados no quarto de hóspedes. Pensando bem, ela era um outro tópico que eu não consegui esquecer. Os lábios com gosto de amora, a cintura delineada, o perfume inebriante, o olhar hipnotizante, os cabelos em uma maravilhosa cascata negra. As lembranças dela me excitavam. Estranhamente, eu não a encontrara mais no instituto, mas isso talvez se devesse ao fato de eu estar me concentrando um pouco mais em minha vida acadêmica, ou simplesmente por eu estar viajando em demasia em minhas sombras pretéritas. Tudo na varanda estava fantástico. Bebida, comida, tinta fosforescente... Tudo saíra como planejado. Muitas pessoas já estavam por ali. Foram visíveis as silhuetas de Edgar, o gêmeo obscuro e de Danika, a irmã princesinha sorvendo copos e mais copos de uísque. Talvez fosse bom beber um pouco para viajar nas batidas das músicas e me deixar levar pela atmosfera divertida da festa. |
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Está Vestindo Isto
e Está Ouvindo One More Night.
Bebida não era algo tão habitual para mim, na verdade eu não era do tipo que bebia pra afogar as magoas ou para se sentir melhor mas decidi mudar um pouco nessa festa.
Minha ultima ida a casa dos Morteri havia sido a alguns meses, eu não me recordava daquele espaço, a festa estava perfeita, com certeza eles havia gastado uma certa quantia para projetar aquilo tudo. Após meu terceiro, ou quarto copo de bebida me senti desnorteada, minha visão estava meio turva. Ignorei o fato de em alguns momentos ver as coisas duplicadas, fechei os olhos e em seguida abri piscando várias vezes na tentativa de voltar a enxergar normalmente. Vi o Garçom encher novamente o meu copo com Uísque, fiz um sinal negativo com a cabeça e me levantei da cadeira alta com um pulo. Tinha que procurar o banheiro. Mergulhei na profunda escuridão que preenchia o local. Tinta florescente voava por todo canto respingando sobre as pessoa que pulavam feito loucos. Tinha que achar pelo menos a entrada da varanda e sairia daquele labirinto.
Ser pequena era um saco, levar tombos dos outros pelo caminho todo foi exaustivo, em certas vezes cheguei a pisar no pé de alguns para descontar os esbarroes que levava. Por fim encontrei a escada e a entrada, apressei os passos antes de levar mais empurrões ou tinta pelo corpo. Caminhei até dentro da casa, vi ao longe a empregada que havia me encaminhado até a varanda, como não sabia onde era o banheiro mesmo decidi pergunta-la. Após receber a informação que tanto almejava, corri para o local.
Assim que avistei o lugar indicado pela mulher diminui os passos, passei minha mão pela maçaneta, a porta parecia estar trancada. Forcei minha entrada mais algumas vezes, era inútil. Bati na porta algumas vezes na tentativa de chamar a atenção de alguém que estivesse lá dentro. - Olá, tem alguém ai. Abri a porta. - Minha voz ecoou pelo corredor local vazio, a musica soava abafada no nas proximidades de onde estava. Novamente bati na porta esperando uma resposta de qualquer pessoa que estivesse lá dentro, aquilo era estranho, ninguém se trancava no banheiro e não respondia talvez tenha acontecido algo com alguém lá dentro.
Passem o mouse pela gif para ver as informações *0*
Nos últimos dias minha vida mudara, não achava mais graça nos rapazes que me convidava para sair, eram tão... Previsíveis. Outro fato estranho era que comecei a pensar assim depois daquela noite, nesse mesmo apartamento com aquele rapaz. Suspirei. Esquece de tudo, se lembre do agora. Repetia mentalmente, mas ao voltar minha atenção para aquele ruivo, as lembras de dias atrás eram mais atraentes, mais empolgante. Balancei a cabeça tentando dissipar tais pensamentos que estimulavam meu corpo. Fitei o garçom, que preparou imediatamente um martini caprichado, deveria estar vendo o meu desespero para me livrar daquele mala.
-Então gatinha, que tal irmos para um lugar... Reservado? - Perguntou com um tom safado. Revirei os olhos, foi então que senti sua mão em minha cintura. Virei de frente para ele com um sorriso maldoso nos lábios. - Olha aqui, projeto danificado de bad-boy... - parei abruptamente minha frase cheio de ironia assim que vi uma cabeleira loira se aproximar do balcão. Eden?! Acho que bebi tanto a ponto de ver alucinações. Deveria ser alguém bem parecido, mas o seu cabelo um pouco bagunçado, a pele pálida... Minha pálpebras se dilataram quando nosso olhar se cruzou, prendi a respiração. - Eden. - murmurei.
Ela saiu correndo, e minha preocupação aumentou. Ela deveria estar internada, se recuperando. Esse esforço todo poderia comprometer sua recuperação. Comecei a andar, mas uma pegada no meu braço fez com que meu corpo voltasse de encontro ao do rapaz, que tomou meus lábios com brutalidade. Mordi-o com força, afastando-me do mesmo e dando um tapa em seu rosto. Assim que senti que a pegada dele diminuiu, passando a mão em seu rosto e outro sobre sua lábio. Aproveitei a distração para sair em disparada.
Luzes, pessoas, tinta. Parecia que estava perdida entra a multidão que dançava. Meu top e saia ficaram sujos e minha pele ficou com o tom de neon. Corri apressada e não notei alguém vindo na direção ao contrário. Bati de frente, quase caindo no chão, por sorte coloquei as mãos sobre seus ombros e isso me salvou de uma suposta queda. Mordi o lábio nervosa, olhando para cima, de repente meu coração disparou, minha respiração falhou e meus olhos não paravam de fitar aquelas íris azuis tão intensas. - De-desculpe. - odiei-me por gaguejar, mas a surpresa foi tanta que acabei esquecendo o que estava fazendo. Ver ele novamente fez um turbilhão de imagens da noite naquele quarto retornarem como um baque. Arfei, não sabia o que dizer, e o que diria? Nada se passava pela minha cabeça, além de ter una possibilidade enorme de ele nem saber quem eu era. Sacudi a cabeça, espantando tudo e voltando a ficar com a expressão preocupada. Eden, tinha que procurá-la. Sai correndo, entrando dentro da casa.
Parei na sala, indo até um segurança, perguntei se ele havia visto uma garota loira e ele apontou para a direção do banheiro. Segui naquela direção, vendo outra pessoa perante a porta, era a garota que se vestiu de bailarina e que fugiu á dias atrás. Hoje era o dia de reencontros, porém não iria dizer nada, o foco era a Eden.
-Eden... - disse com calma, batendo na porta. - Eu sei que está ai. - disse, dando um longo suspiro. Ela deveria estar tão confusa, tão desolada. Uma imagem dela alegre se passou na minha mente e logo após uma com ela deitada na cama, pálida e sedada. O que havia feito para se destruir daquela forma, e o principal, o por quê de fazer isso? Não importava, teria que ajudá-la de alguma forma. - Deixe-me entrar e estar com você, prometo não falar para ninguém. - Acalentar sua alma, era isso que faria.
Tagged: Thomas
Vestindo: This
Local: Festa dos Morteri
Quando Thomas disse o nome de Secret, eu fiquei meio confusa. Como poliglota, eu sabia muito bem o que significava no meu idioma. Como novata na cidade, no bairro e no país, não fazia ideia do que ele estava falando, então simplesmente permaneci no meu canto, olhando em volta pela sala e tentando - inutilmente - achar algum conhecido. Eu sabia que era estupidez. Meus melhores amigos ficaram para trás, não que eu tivesse muitos. Do mesmo jeito, quanto mais eu pensava em Thomas, mais besteiras eu pensava, então preferia ficar assim.
Digamos que não ajudou muito quando ele veio até mim e me colou contra o corpo dele para dançarmos. Eu estava tensa. Em parte por sua aproximação e em parte porque eu simplesmente não conseguia ficar intacta num plano liso. Por que acha que eu não uso saltos? Se existisse uma matéria no colégio "Graciosidade", eu tiraria 0,1%. Cantar? Sem problemas. Tocar? Pode me chamar. Dançar? Mantenho distância. Mas, não pude recusar, ele não me deu essa chance, então acabei por pisar em seu pé sem querer.
- Perdão. - falei olhando para baixo e tentando não tropeçar.
Estávamos apenas nós duas naquele elevador. Ah, e é claro, o silêncio. Aimée me emprestara um vestido seu para que eu pudesse aparecer 'decente' na festa e Alexia também estava muito bem arrumada. Sempre a mais linda. Havia dispensado Aimée e Samira de suas preocupações para com Eden. Apenas pedi que elas me avisassem caso avistassem minha irmã. Elas já haviam feito o bastante e agora o papo seria apenas entre 'família'. Tentava não pensar na possibilidade de encontrar com Eden na festa. Tinha uma esperança de que meu palpite estivesse errado, mas no fundo eu sabia que ela estaria lá. Suspirei e segurei para não desabar no choro novamente. Alexia se aproximou e segurou minha mão. A apertei e sorri para ela. Havia tantas coisas que eu queria e devia dizer à ela, mas não tinha coragem. Quando o elevador parou e sua porta se abriu, me vi diante daquele corredor outra vez. Um calafrio me percorreu. Sim, eu estava com medo. O som alto já se fazia presente mesmo àquela distância e novamente eu suspirei. – Venha, vamos à caça de Eden! – Disse a ela e sorri sem qualquer vestígio de humor. Pedi que me seguisse e adentrei o apartamento.
Estava um breu total. Droga! Como encontraria Eden naquela escuridão total? Minhas pupilas demoraram um certo tempo para se acostumarem à falta de luz. Daquele hospital calmo e branco demais para esse lugar tão sombrio. Pisquei algumas vezes e apenas conseguia distinguir alguns vultos na escuridão. Algumas vezes, jatos de tintas coloridas passavam diante meus olhos e acertavam outros participantes da festa. Olhava aquilo de forma indiferente, não encontrava motivos para participar daquilo. Onde Eden estaria? Essa pergunta martelava em minha mente. Um jato de tinta acertou Alexia em cheio e acabou por respingar em mim. Soltei sua mão e sai a procura de Eden sozinha. Sim, estava cometendo um erro em deixar Alexia sozinha naquele breu e ainda mais suja. Mas sabia que talvez acabasse descontando nela toda a raiva que estava sentindo de Eden, se Alexia reclamasse quanto à tinta. Bom, tinha um lado positivo nisso tudo, agora seria mais fácil encontrar Alexia em meio a multidão. Sorri e me desviando de algumas já em estado bem adiantado de embriaguez e outras bastante sujas.
Parei em um canto qualquer, na vã tentativa de avistar Eden em algum lugar. Tudo o que consegui foi me "perder". Cruzei o olhar com certos olhos azuis tempestuosos e rapidamente mudei o foco da minha visão. Esperava que tal pessoa fingisse mesmo que não havia me visto e que estivesse bêbado o suficiente para ignorar a minha presença. Tudo o que menos necessitava no momento era ter que encarar um dos anfitriões da festa. Principalmente um dos gêmeos. O considerado o irmão mau. Suspirei novamente. E tinha plena certeza de que suspirar estava virando um novo hábito, ou vício. Seguindo a batida da música, segui em direção ao bar. Senti minha garganta arder por querer degustar de uma boa dose de uísque. Mas eu tinha que manter o foco. Encontrar Eden. Arrastá-la para fora. Decidir o que fazer em seguida. Senti então a substância gelada da tinta colorida me atingir em cheio e após a perplexidade por tal ato, me permiti sorrir simplesmente. Tudo bem, talvez a noite não seria de toda ruim.
Não tinha ideia de como poderia explicar a chatice que tinha aquele quarto que alugou em um dos hotéis da cidade que havia acabado de chegar. Ficou deitado, apenas descansando com a cabeça apoiada com um confortável travesseiro fornecido pela camareira daquele hotel. Quando percebeu o quanto tedioso estava aquele lugar. Não entendia por qual motivo, mas ergueu-se da cama e ficou andando em círculos por alguns segundos naquele quarto que já era pequeno, só que algo tomou sua atenção. Era um convite que havia recebido pelo meu celular, via mensagem. "Quem será que tinha dado meu número já?" Havia pensado. A vida dele já estava tediosa e cansativa. Não tinha nenhuma diversão, pelo menos não a diversão que ele gostava de aproveitar em seus momentos livres. Tinha certeza que aquela festa com certeza iria lhe saciar. Escolheu uma bonita roupa que usava em algumas das baladas mais quentes de toda a Inglaterra. E quando digo quentes, é por que realmente eram ferventes. As garotas inglesas eram uma mistura incrível de romantismo e sedução, talvez fora ali que ele aprendeu certas coisas. Desceu as escadas do hotel com tamanha animação, pois finalmente iria se divertir um pouco depois daquele tédio do quarto. Deixou as chaves do meu quarto com aquela moça da recepção. Que se interessou momentaneamente na beleza da recepcionista, que por cima tinha as chaves do seu quarto. Lembrou-se que ele tinha mais o que fazer naquela festa que fora convidado. Carro? não entedia o porquê de perder tempo dirigindo sozinho no carro? Se ele estivesse em um carro, sentado no banco do motorista acompanhado por uma linda mulher, seria outra história. Então, ele chamou um táxi. E depois ligaria para seu tio, que morava ali. Que na verdade ele considerava um irmão, pois ambos tinham aproximadamente a mesma idade. Seu tio que morou toda a vida em NY já havia guardado muito bem o carro que o pai de Edward o presentou, e Ed não via a hora de dirigir.
Conversou um pouco com o motorista que dirigia o táxi. Ele contou sobre algumas curiosidades de Nova York, que Edward desconhecia, mesmo que já tenha morado com seu tio-irmão (que ele chamava assim) e com sua tia-avó por anos em NY. Só tece que voltar para a Inglaterra e acabou ficando por lá pela diversão. Estaria de volta para descobrir se a magnífica Nova York é o que dizem ser que se tornou após alguns anos de sua saída. Sinceramente, a 'geração' que Edward participava, era muito mais quente e eletrizante. E as festas eram de arrasar. Apreciou aquela vista da janela do carro, da cidade iluminada que não parava nem para dormir. Realmente, era uma cidade linda. Que se tornava mais frenética ainda com o passar de cada ano. Perdeu o foco da cidade completamente, quando lembrou que tinha que ligar pro seu tio. Discou o número na tela do seu celular touchscreen, e completou a chamada. Avisou que havia chego, e explicou que já estava indo para uma festa. Oque surpreendeu seu amigo familiar e pediu que ele deixasse seu carro em frente a casa dos Morteri dali algumas horas para que pudesse voltar para o hotel. Era um Porsche muito elegante, de cor branca e aros admiráveis. Viu o horário depois que terminou a ligação, e viu que com certeza, já havia começado. O Táxi parou bem na frente da casa, e dali. Edward o pagou e saiu, já observando algumas pessoas entrarem na casa. O som estava estrondoso, realmente era uma festa grande. Não demorou para que um sorriso sarcástico surgisse em seus lábios, e adentrou na casa.
Chegou na varanda, e mais uma vez se sentiu surpreso. Garotas bonitas que ainda não conhecia, música de qualidade, e obviamente: Festa de qualidade. - Nossa. - murmurou. Enquanto ficou parado na entrada observando todas aquelas pessoas dançarem e conversarem de maneira energética. Deu mais um sorriso irônico, e andou pelo meio da festa e da multidão que ali se formava. Definitivamente, não conhecia ninguém, na sua lógica, aquilo era ótimo. Pois tinha total liberdade para conhecer novas garotas. Não como era na Inglaterra, tinha sempre que 'mudar de cidade' e fazia isso só para aproveitar todas as festas nos pontos extremos do país. Garotas novas, ele gostava de conhecer garotas novas, uma garota uma vez disse pra ele que não se curte figurinha repetida. Diz Edward que foi com essa garota que ele aprendeu suas táticas de 'guerra'. E ela foi uma garota que tinha um Ego bem superior ao dele, o que a fazia achá-la "super", digamos assim para não usar palavras de baixo calão. Então, na sua opinião, não havia garota com ego maior que o dela, talvez até maior que o seu.
Caminhou até uma área que havia um bar, e apoiou-se no balcão e chamou o garçom com um gesto de mão. - Vodca, vodca. Quero vodca. - disse. Continuou com o corpo apoiado, e inclinado sobre o balcão do bar. Quando desviou seu olhar para as outras mulheres que estavam ali, algumas dançando no centro e outras apenas conversando com homens e outras mulheres. " Não, só depois de uma boa vodca." pensou. Não tardou até que o homem na qual requisitou vodca voltasse com um copo de vidro e o servisse. Edward gostava de ser sarcástico e irônico quando bem quisesse. E decidiu tirar uma brincadeirinha com o garçom. - Espero que te paguem bem para me servir. - levou o copo até os lábios, e tomou um gole de Vodca quando sentia queimar sua garganta. Ficaria bebendo ali um pouco antes de começar á fazer algo realmente interessante.
Os respingos de fosforescentes cores caíram sobre o trevoso tecido disposto ao longo do corpo de Edgar. O garoto permanecera estático. Em momento algum pensara em estar sendo notado por todos em seu envolto, afinal, o anfitrião imóvel, sem foco ao olhar, era algo inesperado. "Uísque. Vá! Rápido!", suas palavras eram expressas de idêntica forma quando se pragueja alguém: indelicadas e bruscas. Emily sumira, mas seu deslumbrante olhar permanecera fixo em seu pensar. Capturara, então, o cobiçado uísque, bebericando do mesmo em incalculável tempo. Desejara o efeito do líquido... oh, como o fizera. Edgar soubera que ocupar-se com memórias involuntárias é sensato quando inconsciente.
Passaram-se os minutos. As formas dançantes continuaram com seus movimentos imprecisos. As colorações vívidas continuaram a respigar. O uísque continuara a aparecer. Edgar continuara bebendo. Oh, e como bebera. Sentira-se elevado, sorrindo sem o devido motivo. O ápice chegara quando o gêmeo avistara seu irmão. Lembrara-se do ódio que o irmão sentira por ele. "Como se eu me importasse!", dissera Edgar para si próprio. Com forte presença alcoólica em seu corpo, levantara-se e marchara até o encontro de Eckl. Os irmãos pareciam-se diferentes, mesmo sendo gêmeos: as expressões eram divergentes. "Ei, Eckl, me ajude a encontrar Emily, huh? Vou beijá-la, e tal", alongara cada palavra com doses elevadas de maldade. Desejara o avanço do irmão. Conseguira o tão esperado efeito do álcool: facilidade ao se expressar. Maldoso, era assim que o intitulado gêmeo mau era.
Assim que recebi a mensagem sai praticamente correndo a procura de alguma roupa boa. Depois que os meus tios cortaram minha mesada e me expulsaram de casa, vestir algo digno estava sendo cada vez mais difícil. Peguei um short preto, uma mini blusa soltinha da mesma tonalidade, deixando minha barriga á mostra e um sapato com o salto médio preto. Apesar de não ser algo extravagante, eu estava linda, e como não ficaria? Os cabelos soltos como cascatas, os lábios com a cor vinho, os olhos delineados, além de usar o ultimo frasco do meu perfume favorito - Chanel n5.
Caminhei lentamente com um sorriso maldoso. Por incrível que pareça, as garotas que me reconheciam puxavam seus namorados para perto, e até os distraiam. Essa atitude só me deixou mais empolgada. Dei uma piscadinha para um rapaz que me encarou com um sorriso bobo, mas infelizmente sua acompanhante notou e deu-lhe um tapa na cara. Causar discórdia sem fazer nada era bom, mas fazer alguma coisa para causá-la era melhor ainda.
Alguém interessante... Nada... Nada... Eca... Não! pensava fitando as pessoas ao meu redor com um olhar critico. Hm, carne nova. Sorri de canto ao localizar um rapaz que estava perto de um balcão, se deliciando com uma bebida.
Com passos lentos me aproximei, tomando de suas mãos seu copo. - Se importa se eu beber um pouco? - Mordi os lábios de forma lenta encarando-o nos olhos. Bonito tinha que admitir, poderia ser a pessoa honrada de ter a minha companhia. Beberiquei um pouco da bebida, passando a língua ao redor dos lábios, devolvendo o copo para o rapaz. Abri um sorriso belo nos lábios carnudos - Você esta afim de jogar um jogo interessante? - idéias surgiram na minha mente, e por algum motivo estava curiosa para saber se ele poderia quase ser melhor do que eu. Quase.
“ | We are the people that you'll never get the best of, Not forget the rest of, rest of. Seven seconds, seven seconds That is all the time you got to make your point. My attention, my attention's like an infant trying to crawl around this joint. |
Alguma pessoa inconveniente esbarrou em mim e sujou um pedacinho do meu short, mais precisamente na minha bunda. Acho que ela fez questão, só pode. Ela sorriu para mim, certamente me reconhecendo e pedindo zilhões de desculpas em quatrocentos idiomas. Eu a fuzilei com o olhar e a repreendi com um “sai daqui antes que eu acabe com sua vida social”, e ela correu por entra a multidão. Duas palavras para intimidar alguém: vida social. E claro, era sabido por todos que eu tinha a habilidade de erguer ou fazer cair a vida social de alguém. Ótimo, agora se alguém me olhasse iria ver em foco minha bunda machada de rosa. Havia perdido o foco por um pequeno instante antes de voltar a olhar para a vidraça onde ele ainda estava. Respirei fundo, a raiva já havia se desvaído. Dei a volta na pista de dança para ficar atrás dele, pondo-me na ponta dos pés cuidadosamente e alcançando seu ouvido com a boca. – BATMAN! – Gritei. Não um grito de verdade, mas um sussurro alto suficiente para parecer um grito. Ele era alto demais. Afastei-me rapidamente antes que ele se virasse e me socasse, talvez não reconheceria minha voz. Só que era a obrigação dele me reconhecer. Ou não. Talvez reconhecesse e esse fosse o maior motivo para eu ser socada. Eu sabia que ele me amava.
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